Résumés et notices biographiques des intervenants
Resumos e notas biográficas dos participantes
Aldinida Medeiros (UEPB/GIELLus/PPGL-UFPB)
e
Fabio Mario da Silva (UNIFESSPA/CLEPUL/CEC)
Titre:
Mitos portugueses no romance histórico: figurações dum painel
cultural da nação portuguesa
Résumé
Esta
comunicação tem por objetivo discutir o romance histórico do
ensaísta, professor, poeta e romancista António Cândido Franco, a
fim de observar uma tendência nacionalista deste autor, que retoma
figuras históricas como protagonistas de suas obras. Para tanto,
limitamos nosso corpus a três romances, buscando elucidar sua
elaboração ficcional sobre Isabel de Aragão, Inês de Castro e Leonor
Teles. Suas obras Os pecados da Rainha Santa Isabel (2002), A rainha
morta e o rei saudade (2004) e Vida Ignorada de Leonor Teles (2010)
apresentam uma visão, no mínimo peculiar, sobre cada uma destas
personagens. A exemplo, neste último romance mencionado, observamos
mesmo um total distanciamento do referencial histórico, visto que
nos deparamos com uma figura feminina que, endemonizada pela
historiografia, ganha na obra um perfil místico a beirar o angelical.
Nossa discussão pretende demonstrar que este conjunto romanesco vai
além da escrita de ficção histórica e contempla, como peças de um
mosaico, um painel da cultura portuguesa a partir destas figuras
mitificadas. Nossas reflexões serão subsidiadas por aportes teóricos,
como Linda Hutcheon (1991), Maria de Fátima Marinho (1999), Cristina
da Costa Vieira (2008), Miguel Real (2012), etc.
Palavras-chave: Romance histórico; António Cândido Franco; Figuras
históricas portuguesas.
Notice
biographique
Fabio Mario da Silva (Universidade Federal do Sul e Sudeste do
Pará)
Fabio Mario da Silva é Professor de Literatura Portuguesa da
Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará também vinculado ao
Programa de Pós-Graduação em Letras (POSLET) do ILLA (Instituto de
Linguística, Letras e Artes). É pós-doutor em Literatura Portuguesa
pela Universidade de São Paulo, com bolsa da FAPESP. É doutor em
Literatura e mestre em Estudos Lusófonos pela Universidade de Évora.
É pesquisador do CNPq, nos seguintes projetos: "Figurações do
feminino: Florbela Espanca et alii" e “Estudos Portugueses e
Africanos”. Também é pesquisador integrado do CLEPUL(Centro de
Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias) e membro colaborador
CEC (Centro de Estudos Clássicos) ambos da Faculdade de Letras da
Universidade de Lisboa. Também integra a equipe do Centro
Internacional e Multidisciplinar de Estudos Épicos (CIMEEP) da
Universidade Federal de Sergipe. Atualmente dirige, em conjunto com
a Professora Cláudia Pazos Alonso (Universidade de Oxford), a edição
crítica das Obras Completas de Florbela Espanca pela Editora Estampa
(Lisboa) e organizou, também em conjunto com Cláudia Alonso, uma
edição da Obra da modernista Judith Teixeira, com textos inéditos,
pela Editora Dom Quixote. Prepara a edição da trilogia épica de
Soror Maria de Mesquita Pimentel, primeira epopeia escrita por uma
mulher em língua portuguesa.
Aldinida Medeiros
Professora Efetiva na Universidade Estadual da Paraíba, leciona
Literaturas Portuguesa e Brasileira. É vinculada e orientadora nos
Programas de Pós graduação em Literatura e Interculturalidade (PPGLI)
e Programa de Mestrado Profissional em Letras (ProfLetras) desta
mesma universidade. Tem Pós-doutoramento pela Universidade de
Coimbra e desenvolve, atualmente, novo pós-doc pela Universidade de
Évora. É Doutora em Literatura pela Universidade Federal do Rio
Grande do Norte. Integrou por dois ano o Programa de Pós Graduação
em Letras da UFPB. É coordenadora do Grupo Interdisciplinar de
Estudos Literários Lusófonos (GIELLus/UEPB) vinculado ao CNPq.
Recebeu o Prêmio Pibic/CNPq 2014 de melhor projeto pela Universidade
Estadual da Paraíba. Coordena, há três edições, o Grupo de Trabalho
Literatura e Estudos de Gênero: Reflexões de (e para) a Sala de Aula
no ENLIJE/ Universidade Federal de Campina Grande. Tem artigos
publicados sobre romance histórico em livros e em periódicos,
brasileiros e internacionais. Publicou pela Editora UEPB o livro
Travessias pela Literatura Portuguesa: Estudos Críticos de Saramago
a Vieira.
Albertina Pereira Ruivo (Sorbonne
Université)
Titre:
Memorial do Convento: un regard singulier sur la dimension
historique du XVIIIe siècle
Résumé
Dans
son œuvre Memorial do Convento, José Saramago nous transmet
une vision assez particulière de la dimension historique du XVIIIe
siècle. Dans cette œuvre représentative du Roman Historique moderne,
dès la première phrase, l'auteur invite son lecteur à voyager à
travers les valeurs socioculturelles de l'époque du règne du roi Dom
João V. Saramago décrit la vie des monarques sur un ton ironique,
souvent satirique notamment en ce qui concerne les pratiques
religieuses. Le roi Dom João V et la reine Dona Maria Ana Josefa
sont des personnages historiques, dont Saramago se sert pour établir
une dimension historique vraisemblable, faisant ressortir les
problématiques de la société de l'époque, comme les excès du roi et
les injustices commises par l'Inquisition. Contrairement aux
attentes du lecteur, les personnages qui font l'ouverture de la
narrative, n'occupent que le second plan, le premier plan est occupé
par deux jeunes issus de milieux pauvres, représentant ainsi le
peuple.
Pour commencer nous verrons comment l'auteur tisse la toile de fond
du roman, comment il met en relation l'Histoire et la fiction et, en
suite, nous étudierons la façon dont il souligne les faits
historiques et culturels de l'époque tout en donnant la parole aux
oubliés de l'Histoire.
Notice biographique
Albertina Pereira Ruivo (Sorbonne Université)
Docteur en Études du Monde Lusophone par l’Université Sorbonne
Nouvelle- Paris 3, en cotutelle avec l'Université Nouvelle de
Lisbonne.
Enseigne, depuis 2017, la Littérature, la Langue et la Civilisation
portugaises, à la Faculté des Lettres de Sorbonne Université. De
2015 à 2017 a enseigné la traduction littéraire et la traduction
orale et professionnelle à l’Université Sorbonne Nouvelle-Paris 3,
en 2015-2016, et la langue portugaise, en 2016-2017. En 2011-2012, a
été ATER en langue et civilisation portugaises, à l’Université de
Caen Basse-Normandie. Appartient au Centre de recherche sur les pays
lusophones (CREPAL), de l’Université Sorbonne Nouvelle-Paris 3 et au
Centro de História d’Aquém e d’Além-Mar, de l’Universidade Nova de
Lisboa (CHAM-Centro de Humanidades). Auteur de plusieurs articles
sur la littérature portugaise.
Anamaria Fiziola (UFPR)
Titre:
Manuel de Sousa Coutinho, Rui Gomes de Azevedo e o desastre de
Alcácer- Quibir
Résumé
O
século XIX é pródigo numa produção literária sebástica, i.e.,
relativa à tragédia de Alcácer- Quibir e ao destino de D. Sebastião.
Nos primeiros anos do século, com as sucessivas ocupações francesa,
inglesa e espanhola, há um recrudescimento do mito sebastianista,
acompanhado de manifestações literárias, populares e eruditas, que
encontram na figura do Desejado o renascer da pátria portuguesa;
mesmo enfraquecida, essa tendência atravessa o século. Em paralelo,
circula também a crítica do mito e das suas expressões políticas.
Dois exemplos desta tendência crítica, são o drama Frei Luís de
Sousa (1843), de Almeida Garrett, e o romance O senhor do paço de
Ninães (1867), de Camilo Castelo Branco. Examinando obras separadas
por cerca de duas décadas, este trabalho compara o tratamento
literário dos protagonistas Manuel de Sousa Coutinho e Rui Gomes de
Azevedo face ao desastre de Alcácer-Quibir e seus desdobramentos.
Notice biographique
Anamaria Filizola (Professora aposentada da Universidade Federal
do Paraná)
Deu aulas de literatura portuguesa, literatura comparada portuguesa
e brasileira.
Linhas de pesquisas: discursos biográficos; literatura e história;
Agustina Bessa-Luís.
Annabela Rita (Universidade de Lisboa)
Titre:
O verbo ao espelho da História
Résumé
Pretende-se, com esta conferência, reflectir sobre alguns aspectos
da vida do Romance Histórico desde o séc. XIX aos nossos dias: do
projecto original às metamorfoses, ao sabor das circunstâncias e dos
projectos estéticos; do cânone à periferia, onde avultam os
best-sellers; das convenções aos processos de credibilização e de
esteticização. Percorrer-se-ão, por isso, autores e obras mais
estratégicos para o esclarecimento das questões assinaladas, desde o
Romantismo até à actualidade.
Notice biographique
Annabela Rita (Universidade de Lisboa)
Doutorada em Literatura Portuguesa e com Agregação e pós-doutoramento
em Literatura, que trabalha na sua relação com as outras artes, é
professora na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Professora/Investigadora
Visitante de diversas universidades (Brasil, Espanha, Itália,
Varsóvia), é Presidente da Academia Lusófona Luís de Camões, do
Instituto Fernando Pessoa – Língua Portuguesa e Culturas Lusófonas
(da SHIP) e da Assembleia Geral da COMPARES (International Society
for Iberian-Slavonic Studies), Vice-Presidente do Conselho
Científico do Instituto Europeu de Ciências da Cultura – Padre
Manuel Antunes, Coordenadora do CLEPUL (Centro de Literaturas e
Culturas Lusófonas e Europeias), integra as Direcções da Associação
Portuguesa de Escritores, do Observatório da Língua Portuguesa e da
Sociedade Histórica da Independência de Portugal, a Comissão
Científica Internacional da Cátedra Infante Dom Henrique para os
Estudos Insulares Atlânticos e a Globalização (CIDH), os Conselhos
Científicos e Consultivos de diversas instituições, plataformas
interinstitucionais (Letras Com(n)Vida, CILEC - Congreso
Internacional de Literatura Española Contemporánea) e de Edições de
Obras (Obra Completa do Padre António Vieira, Obra Completa
Pombalina, Obras Pioneiras da Cultura Portuguesa, etc.), tendo sido
membro fundador de algumas, etc..
Distinções:
·
30/6/2017: Membro Correspondente do Instituto Balear de la Historia
por “su seria y profesional trayectoria, así como su excelso CV”.
·
10/5/2017: Distinção cultural e agradecimento. Atribuição: no 20o
aniversário do Centro de Estudos Regianos (CER).
·
Março/2017: Distinções na Categoria “Mérito Cultural” & na Categoria
“Autoridade Cultural”. Instituições outorgantes: Rede Mídia de
Comunicação & Editora Sem Fronteiras.
·
Março/2017: Distinção “Homenagem e agradecimento”. Outorgante:
Colóquio Internacional Professor Manuel Sérgio (e instituições
promotoras).
·
1/7/2016: Membro Honorário do Círculo de Escritores Moçambicanos na
Diáspora (CEMD) "por reconhecidos méritos académicos e grande
contributo para o estudo e divulgação das literaturas e culturas
lusófonas". Centro Cultural de Cascais.
·
Agosto/2015-Fevereiro/2017: Certificado de Mérito da World
Communication Association pela relevância do seu trabalho e pelo
significativo contributo para a WCA.
·
22/2/2013: Embaixadora da Meeting Industry e da Economia do
Conhecimento, “excelente e digna representante na sua área
profissional” em Portugal, “Membro do Clube de Embaixadores de
Cascais e da Costa do Estoril”. Cerimónia do II Encontro do CECE.
Costa do Estoril.
·
16/7/2012: Medalha de Mérito Cultural do CLEPUL (Centro de
Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias), Lisboa.
·
7/6/2010: Medalha Municipal de Mérito – Grau Ouro atribuída por
unanimidade pela Câmara Municipal de Oeiras.
·
17/9/2007: Diploma de Mérito Cultural atribuído pela Academia
Brasileira de Filologia e pela Faculdade CCAA, do Rio de Janeiro.
Com direção, coordenação e/ou consultoria de várias coleções,
revistas (Anpoll (Universidade de Sta. Catarina/Florianópolis),
Anuário de Literatura (Universidade de Sta. Catarina/Florianópolis),
Études Romanes de Brno (Universidade Masaryk de Brno), Graphos (Universidade
de Sta. Catarina/Florianópolis), Letras Com(n)Vida (CLEPUL/INCM),
Nova Águia - Revista de Cultura para o Século XXI, Telheiras -
Cadernos Culturais, etc.), Congressos Científicos (inter)nacionais,
Biblioteca online (LUSOSOFIA), secção no Wall Street International,
edição de autores e de obras, participação em júris de prémios
literários nacionais e internacionais.
Obras principais: Luz e Sombras no Cânone (2014), Focais Literárias
(2012); Paisagem & Figuras (2011); Cartografias Literárias, 2010
(2010; S. Paulo, 2012); Itinerário (2009); No Fundo dos Espelhos (2
vols., 2003-07), Emergências Estéticas (2006); Breves & Longas no
País das Maravilhas (2004); Labirinto Sensível (2003); Eça de
Queirós Cronista (1998). Últimas obras coordenadas: Fabricar a
Inovação. O Processo Criativo em questão nas Ciências, nas Artes e
nas Letras (2017), Entre Molduras. A Metamorfose nas Artes, nas
Letras e nas Ciências (2016), Do Ultimato à(s) República(s) (2012).
Barbara Gori (Università degli Studi di
Padova)
Titre:
A importância da Língua no romance histórico de José de Alencar
Résumé
José
de Alencar pode ser considerado o escritor brasileiro que se dedicou
com maior continuidade ao romance histórico. O escritor, acérrimo
defensor da função didática e reformadora da escrita, considera a
literatura um meio através do qual se pode realizar um dos seus
principais projetos: “construir” um público de leitores. Para o
fazer, considera ser necessário criar uma literatura com
características únicas com a qual o leitor brasileiro se identifique,
desenvolvendo e fortificando também o seu sentido de pertença
nacional; uma literatura que se lhe adeque, para nela se reconhecer
e se rever nas páginas que lê, reconhecendo nelas o que Alencar
define como “sabor nativo” – porque a literatura está, antes de tudo,
ao serviço da pátria, sendo o Brasil a sua principal musa
inspiradora. Neste projeto, o elemento linguístico é fundamental, já
que a criação de uma literatura nacional não pode passar sem a
afirmação também de uma norma nacional.
Notice biographique
Barbara Gori (Università degli Studi di Padova)
Licenciou-se em “Línguas e Literaturas Estrangeiras” na Faculdade de
Letras da Università degli Studi di Firenze; em 2003, ganhou uma
bolsa de estudo para o Doutoramento em “Línguas e Literaturas
Ibéricas e Iberoamericanas” na Università degli Studi di Palermo,
concluindo-o em 2006, com menção para a publicação.
Desde 2001, foi professora com contratos em alguns dos mais
importantes ateneus italianos (Perugia, Milão, Turim, Palermo,
Parma, Pádua). Participou com comunicações e conferências próprias
em vários congressos, em Itália e no estrangeiro, na qualidade de
membro da comissão organizadora e/ou científica. Em outubro de 2017
organizou, na qualidade de Presidente da Comissão Organizadora, o
Congresso Internacional “Futurismo Futurismos”. Foi também convidada
várias vezes a ministrar seminários em Instituições estrangeiras.
Desde 2003, é membro da Associação Italia-Portogallo, com sede em
Nápoles, e desde 2012 da AISPEB (Associazione Italiana di Studi
Portoghesi e Brasiliani) e da AIL (Associação Internacional de
Lusitanistas). Desde 2017, faz parte dos conselhos
interinstitucionais da Academia Lusófona Luís de Camões, do
Instituto Fernando Pessoa – Língua portuguesa e Culturas
Lusófonas, do Observatório da Língua Português e do
Instituto Europeu Ciências da Cultura Padre Manuel Antunes.
Desde 2016, é codiretora da coleção editorial luso-afro-brasileira
“LABRA” da casa editorial “Aracne” de Roma e membro da comissão
científica internacional da Revista Letras Com(n)Vida, da
revista “Lingua e linguaggi” e da coleção Atlântica da casa
editorial PUP de Pisa; além de ser revisora de várias revistas,
entre as quais a revista Bakthiniana. Participou no Projeto
de Investigação “Portoghese Lingua del Mondo. Metodologie e
Strategie Traduttive” (Ricerca di Ateneo a. a. 2007-2008) do
Departamento de Estudos Comparados do Istituto Universitario
Orientale de Nápoles. Desde 2015 faz parte do “Grupo de
Investigação 3”, Multiculturalismo e Lusofonia, do CLEPUL
(Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias), centro de
investigação da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, na
qualidade de membro-investigador; foi e é responsável, junto com o
prof. Dionísio Vila Maior (Professor da Universidade Aberta e
membro/investigador também do CLEPUL), por três projetos de
investigação: Os Modernistas, O Modernismo Português e
Fernando Pessoa e Futurismo/Futurismos. Desde 2018 é
membro investigador do grupo de pesquisa 19 (Figuras do Épico:
Identidade e Representação Nacional na Literatura Italiana e em
Países Lusófonos) do CIMEEP (Centro Internacional e Multidisciplinar
de Estudos Épicos). É autora de monografias e ensaios de língua e
literatura portuguesa – sobretudo sobre as duas Gerações do
Modernismo português – a Geração de 70 e a de Orpheu – e em
particular, respetivamente, sobre a figura e a obra dos escritores
Antero de Quental (1842-1891) e Mário de Sá-Carneiro (1890-1916) – e
tradutora de textos poéticos e em prosa (entre os quais toda a obra
em prosa de Mário de Sá-Carneiro, a poesia de Ângelo de Lima e parte
dos sonetos de Antero de Quental).
De 2011 a 2017 foi investigadora no SSD L-LIN/08 “Literatura
Portuguesa e Brasileira” na Università degli Studi di Padova,
Departamento de Estudos Linguísticos e Literários (DiSLL). Desde 1
de maio de 2017 é Professora Associada no mesmo SSD (L-LIN/08
“Literatura Portuguesa e Brasileira”) pertencente ao mesmo
Departamento de Estudos Linguísticos e Literários (DiSLL) da
Università degli Studi di Padova.
Dionísio Vila Maior (Universidade Aberta)
Titre:
O Memorial do Convento de José Saramago: a figuração
insolvente do romance histórico
Résumé
Tendo como base de leitura crítica o Memorial do convento, de
José Saramago, procurarei refletir sobre o modo como o caráter
ficcional do discurso literário obriga a compreender, a um nível
imediato, as virtualidades técnico-discursivas, as estruturas
profundas de índole semântico-ideológicas que estão inerentes àquela
discursividade. Suportarei o meu contributo na Teoria da literatura,
na Narratologia, na Semântica e na Pragmática, revisitando assim,
alguns termos e conceitos de “representação”, “ficcionalidade”, “referencia”,
“verdade histórica”, “verdade ficcional”, “mundo possível”, “pacto
de leitura” — procurando, deste modo, que se compreenda melhor em
que medida o romance de Saramago poderá ser encarado com um estatuto
próximo do (mas não coincidente com o) romance histórico.
Palavras-chave: Memorial do convento; História; Literatura; Romance
Histórico
Notice biographique
Dionísio Vila Maior (Universidade Aberta)
Professor na Universidade Aberta (Portugal). Professor-Investigador
da Universidade da Sorbonne (Paris IV); Membro investigador
integrado do Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias
(CLEPUL); Professor Convidado em diversas Universidades: Università
degli Studi di Padova (Itália); Università degli Studi di Napoli
"L'Orientale" (Itália); Universidade de São Paulo (Brasil);
Universidade de Santa Catarina (Brasil); Universidade Autónoma de
Madrid (Espanha); Universidade Complutense de Madrid (Espanha);
Universidade Marie Curie Sklodowska (Polónia). Membro da World
Communication Association. Membro do Conselho Científico da CIDH —
Cátedra FCT Infante Dom Henrique para os Estudos Insulares e a
Globalização (UAb). Coordenador da Comissão Interinstitucional do
Instituto Fernando Pessoa e da Comissão Interinstitucional da
Academia Lusófona Luís de Camões. Júri da Associação Portuguesa de
Escritores. Diretor de diversas coleções literárias e avaliador
científico de diversas revistas. Alguns livros publicados: Sob o
Signo de Calíope – Sentidos Modernistas, Roma, Aracne | Viagens pela
Identidade e Utopia [Coord.], Lisboa, CLEPUL (2018) | A revivência
dos sentidos. Estudos de Literatura Portuguesa [ver. e reed.],
Linda-a-Velha, Editora Hespéria (2017) | 100 Orpheu (Coord. em colab.),
Viseu, Edições Esgotadas (2016) | Do Ultimato à(s) República(s):
variações literárias e culturais (Coord. em colab.), Lisboa, Esfera
do Caos (2011) | Estudos Pessoanos (CD-Rom), Lisboa, Universidade
Aberta (2004) | O Sujeito Modernista — Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro,
Almada Negreiros e António Ferro: Crise e Superação do Sujeito,
Lisboa, Universidade Aberta (2003) |Discursos — Literatura e Fim de
Século (Org.), Lx, Univ Aberta (2002) | Diálogos literários luso-brasileiros
(Org.), Coimbra, Pé de Página Editores (2002) | Literatura em
Discurso(s): Saramago, Pessoa, Cinema e Identidade, Coimbra, Pé de
Página Editores (2ª ed.) (2001) | Fernando Pessoa: Heteronímia e
Dialogismo, Coimbra, Almedina (1994) | Introdução ao Modernismo,
Coimbra, Almedina (1994; 1996). Diretor Artístico do Coro Mozart.
Direção de cerca de 640 concertos. Mais de 250 obras musicais.
Reconhecimento: Prémio "Attività di Internazionalizzazione della
Didattica 2016-2017" (Università degli Studi di Padova) | Prémio
Anim’Arte “Investigação Científica”. Prémio Anim’Arte “Produção
Artística” e “Grande Reconhecimento de Mérito Cultural”.
Giorgio de Marchis (Università Roma Tre)
Titre:
O Guarani: veneno e remédio no Romantismo brasileiro
Résumé
Como
demostrou claramente Silviano Santiago, o Indianismo de José de
Alencar se baseia numa mitologia romântica que reconhece a nobreza
dos colonizados só quando conquistada pelo sacrifício de suas vidas.
É precisamente através da vocação sacrificial de Peri que O Guarani
consegue contornar o aparentemente incontornável obstáculo da
antropofagia, tornando o heroi indígena compatível com os valores da
nova nação que o romance histórico brasileiro pretendia enaltecer.
Notice biographique
Giorgio de Marchis (Università Roma Tre)
Giorgio de Marchis é professor titular de Literatura portuguesa e
brasileira e atualmente Diretor do Departamento de Línguas,
Literaturas e Culturas Estrangeiras da Universidade de Roma Tre,
onde coordena as Cátedras “José Saramago” e “Agostinho Neto”. No
âmbito das suas investigações, tem estudado o primeiro e o segundo
Modernismo português, organizando edições crítico-genéticas de obras
de Mário de Sá-Carneiro (O silêncio do dândi e a morte da esfinge.
Edição crítico-genética de «Dispersão», Lisboa, Imprensa Nacional –
Casa da Moeda, 2007) e José Régio. Além de se interessar pelo
romance contemporâneo em língua portuguesa, nos últimos anos tem
escrito artigos e ensaios sobre obras, movimentos e autores (Eça de
Queirós, Camilo Castelo Branco, Joaquim Manuel de Macedo, Aluísio
Azevedo, Bernardo Guimarães, etc.) da literatura oitocentista
portuguesa e brasileira, reservando uma especial atenção às
dinâmicas do romance-folhetim finissecular (E… Quem é o autor desse
crime? Il romanzo d’appendice in Portogallo dall’Ultimatum alla
Repubblica (1890-1910), Milano, LED, 2009). Traduziu para italiano
obras de autores angolanos (José Eduardo Agualusa, Ondjaki),
brasileiros (Luiz Ruffato), portugueses (Fernando Pessoa, A.M. Pires
Cabral, João Ricardo Pedro) e moçambicanos (Paulina Chiziane).
Isabel Pires de Lima (Universidade do
Porto)
Titre:
O Guarani: veneno e remédio no Romantismo brasileiro
Résumé
Como
demostrou claramente Silviano Santiago, o Indianismo de José de
Alencar se baseia numa mitologia romântica que reconhece a nobreza
dos colonizados só quando conquistada pelo sacrifício de suas vidas.
É precisamente através da vocação sacrificial de Peri que O Guarani
consegue contornar o aparentemente incontornável obstáculo da
antropofagia, tornando o heroi indígena compatível com os valores da
nova nação que o romance histórico brasileiro pretendia enaltecer.
Notice biographique
Giorgio de Marchis (Università Roma Tre)
Giorgio de Marchis é professor titular de Literatura portuguesa e
brasileira e atualmente Diretor do Departamento de Línguas,
Literaturas e Culturas Estrangeiras da Universidade de Roma Tre,
onde coordena as Cátedras “José Saramago” e “Agostinho Neto”. No
âmbito das suas investigações, tem estudado o primeiro e o segundo
Modernismo português, organizando edições crítico-genéticas de obras
de Mário de Sá-Carneiro (O silêncio do dândi e a morte da esfinge.
Edição crítico-genética de «Dispersão», Lisboa, Imprensa Nacional –
Casa da Moeda, 2007) e José Régio. Além de se interessar pelo
romance contemporâneo em língua portuguesa, nos últimos anos tem
escrito artigos e ensaios sobre obras, movimentos e autores (Eça de
Queirós, Camilo Castelo Branco, Joaquim Manuel de Macedo, Aluísio
Azevedo, Bernardo Guimarães, etc.) da literatura oitocentista
portuguesa e brasileira, reservando uma especial atenção às
dinâmicas do romance-folhetim finissecular (E… Quem é o autor desse
crime? Il romanzo d’appendice in Portogallo dall’Ultimatum alla
Repubblica (1890-1910), Milano, LED, 2009). Traduziu para italiano
obras de autores angolanos (José Eduardo Agualusa, Ondjaki),
brasileiros (Luiz Ruffato), portugueses (Fernando Pessoa, A.M. Pires
Cabral, João Ricardo Pedro) e moçambicanos (Paulina Chiziane).
Jean Carlos Garniel (UNESP / FAPESP)
Titre:
O Paganini de Eça de Queirós: entre o histórico e o lendário
Résumé
O
músico italiano Niccolò Paganini (1782-1840) pode ser considerado
uma das figuras culturais mais icônicas do seu tempo, pois seu
grande talento musical, muitas vezes, esteve ligado a diversas
lendas, como a do pacto diabólico. O escritor português Eça de
Queirós (1845-1900) publicou, em 1866, a narrativa “A ladainha da
dor”, no jornal Gazeta de Portugal, reunida, postumamente, no livro
Prosas Bárbaras (1903). Nesse texto, tem-se a presença não somente
de Paganini, mas também de outros personagens históricos, como o
músico Hector Berlioz (1803-1869) e o pintor Ludwig Peter August
Burmeister (1804-1870). Objetivamos analisar como Eça recupera esses
personagens conhecidos do meio cultural oitocentista, para recriar a
lenda de Paganini em sua narrativa, que acaba por adquirir contornos
históricos.
Notice biographique
Jean Carlos Garniel (UNESP / FAPESP)
Graduado em Letras (português/inglês) pela Universidade Estadual
Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP), campus de São José do
Rio Preto (Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas –
IBILCE). Atualmente, desenvolve pesquisa de Mestrado sobre a
produção inicial de Eça de Queirós, junto ao Programa de Pós-Graduação
em Letras, pela mesma Instituição, sob a orientação da Prof.ª. Dra.
Luciene Marie Pavanelo. É bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa
do Estado de São Paulo (FAPESP), processo nº 2016/25008-2. Atua
principalmente nos seguintes temas: Eça de Queirós, narrativa
portuguesa, século XIX, narrativa fantástica.
José Cândido de Oliveira Martins (Universidade
Católica Portuguesa, Braga)
Titre:
A sombra fantasmática de D. Sebastião na narrativa de Camilo Castelo
Branco: da História à ficção
Résumé
Na
assumida atracção pela História, a escrita de Camilo Castelo Branco
opera uma re-visão da figura central do imaginário cultural
português – o desaparecido rei D. Sebastião. Desde alguns textos
polémicos (Boémia do Espírito), passando por narrativas breves, até
aos romances O Senhor do Paço de Ninães e A Brasileira de Prazins, o
ficcionista apresenta-nos algumas inesperadas recriações do desejado
rei Encoberto. Deste modo, a escrita camiliana entronca no rico
filão temático-literário do sebastianismo, relevante no âmbito da
Cultura Portuguesa, mas com uma aproximação bem peculiar.
Notice biographique
José Cândido de Oliveira Martins (Universidade Católica
Portuguesa, Braga)
José Cândido de Oliveira Martins – Professor Associado (Titular) da
Universidade Católica Portuguesa (Faculdade de Filosofia e Ciências
Sociais, Braga), na área da Literatura Portuguesa e da Teoria da
Literatura. Investigador do Centro de Estudos Filosóficos e
Humanísticos (CEFH), unidade de I&D, reconhecida pela FCT.Além de
artigos em revistas da especialidade, tem publicados alguns livros:
Teoria da Paródia Surrealista (pref. de Vítor Aguiar e Silva);
Naufrágio de Sepúlveda. Texto e Intertexto; Para uma leitura da
poesia de Bocage; Fidelino de Figueiredo e a Crítica da Teoria
Literária Positivista (pref. de Vítor Aguiar e Silva). Ao nível da
edição literária, com fixação do texto, introdução crítica e notas,
editou obras de Diogo Bernardes, António Feijó, Teófilo Carneiro e
Camilo Castelo Branco
(Novelas do Minho; Eusébio Macário – A Corja; Morgado de Fafe em
Lisboa; e Morgado de Fafe Amoroso).
Co-organizou alguns volumes colectivos: Novos Horizontes das
Humanidades; Leituras do Desejo em Camilo Castelo Branco; Estética e
Ética em Sá de Miranda; Pensar a Literatura no Séc. XXI; e Camões e
os Contemporâneos. Colaborou ainda em outras obras colectivas, com
destaque para :
Biblos (Enciclopédia); Dicionário de Luís de Camões; Rethinking
Humanities: paths and challenges; Audaces et Défigurations: lectures
da la romancière portugaise Agustina Bessa-Luís; e Extrême(s):
pratiques du contemporain dans les mondes ibériques et
latino-américains; Imagologías Ibéricas: construyendo la imagen del
otro peninsular; Camilo Castelo Branco e Machado de Assis em diálogo:
para além do romantismo e do realismo.
Juliana Maia de Queiroz (FALE/PPGL - UFPA)
Titre:
Romances históricos no catálogo de livros de Ernesto Chardron
Résumé
Segundo Camilo Castelo Branco, Ernesto Chardron, importante livreiro
e editor oitocentista, seria aquele que abriria o mercado editorial
português para o livro brasileiro. Em 1874, publica um catálogo da
“Livraria Internacional de Ernesto Chardron” apenas com livros
produzidos no Brasil. Para os estudiosos do livro e da leitura, essa
fonte primária é reveladora no sentido de evidenciar uma parcela dos
títulos que estavam à disposição do público leitor no último quartel
do Oitocentos dos dois lados do Atlântico. Ao analisar, portanto, o
catálogo da livraria de Chardron, a presença do gênero romance é
preponderante, sendo que muitos deles são romances históricos. Sabe-se
que o século XIX é conhecido por ser o século do romance e,
consequentemente, do romance histórico, sendo que vários autores se
voltaram a ele. Sendo assim, na presente comunicação, procuraremos
analisar aspectos envolvendo a presença desse gênero no interior do
catálogo de livros de Chardron em consonância com uma discussão
acerca dessa modalidade narrativa que tanto agradou o público leitor
oitocentista.
Palavras-chave: fontes primárias;
catálogo de livros; romance histórico oitocentista.
Notice biographique
Juliana Maia de Queiroz (FALE/PPGL - UFPA)
CV resumido: Graduação em Letras (1999), mestrado em Teoria e
História Literária (2004) e doutorado em Teoria e História Literária
(2011), desenvolvidos na UNICAMP. Realizou pós-doutorado na UNESP de
São José do Rio Preto com o projeto de pesquisa "Brasileiros em
Portugal e Portugueses no Brasil: romances que cruzaram o Atlântico
na segunda metade do século XIX", além de um estágio de pesquisa na
Universidade Nova de Lisboa com o mesmo projeto em 2013. Tem
experiência como docente de literatura brasileira e portuguesa no
ensino médio e superior e, desde 2014, é professora de literatura
portuguesa na Universidade Federal do Pará (UFPA), onde atua na
graduação e na pós-graduação. Suas últimas produções estão
relacionadas ou são desdobramentos de suas pesquisas sobre o romance
na área da História do Livro e da Leitura.
Katrym Aline Bordinhão dos Santos (IFPR)
Titre:
A historicização da ficção em A brasileira de Prazins
Résumé
O enfoque desta análise é o romance A
brasileira de Prazins, de 1882, e a forma como a obra aborda a
representação de episódios históricos da região do Minho, enquanto
se apresentam elementos paratextuais que têm como objetivo
configurar fontes que justifiquem uma possível historicização da
ficção. O narrador camiliano, como de costume, apresenta seus
pensamentos acerca desses processos, que atribui trazerem veracidade
ao que conta, e da própria reação da comunidade ao episódio do
suposto reaparecimento de D. Miguel, ao mesmo tempo em que aborda
uma revolução e o enredo sobre a vida de uma personagem que é
afetada por tais acontecimentos.
Notice biographique
Katrym Aline Bordinhão dos Santos (IFPR)
Professora do Ensino
Básico, Técnico e Tecnológico no Instituto Federal do Paraná (IFPR)
– Campus Telêmaco Borba, atua também no curso de pós-graduação Lato
Sensu em Ensino de Ciência e Tecnologia, na mesma instituição.
Estudou aspectos da obra de Camilo Castelo Branco, com período de
doutorado - sanduíche no Centro de Estudos Lusófonos da Universidade
Lumière Lyon II, na tese de doutorado em Letras – estudos literários
– apresentada na Universidade Federal do Paraná (UFPR), em 2016.
Leonardo de Atayde Pereira (USP)
Titre:
A historicização da ficção em A brasileira de Prazins
Résumé
O enfoque desta análise é o romance A
brasileira de Prazins, de 1882, e a forma como a obra aborda a
representação de episódios históricos da região do Minho, enquanto
se apresentam elementos paratextuais que têm como objetivo
configurar fontes que justifiquem uma possível historicização da
ficção. O narrador camiliano, como de costume, apresenta seus
pensamentos acerca desses processos, que atribui trazerem veracidade
ao que conta, e da própria reação da comunidade ao episódio do
suposto reaparecimento de D. Miguel, ao mesmo tempo em que aborda
uma revolução e o enredo sobre a vida de uma personagem que é
afetada por tais acontecimentos.
Notice biographique
Katrym Aline Bordinhão dos Santos (IFPR)
Professora do Ensino
Básico, Técnico e Tecnológico no Instituto Federal do Paraná (IFPR)
– Campus Telêmaco Borba, atua também no curso de pós-graduação Lato
Sensu em Ensino de Ciência e Tecnologia, na mesma instituição.
Estudou aspectos da obra de Camilo Castelo Branco, com período de
doutorado - sanduíche no Centro de Estudos Lusófonos da Universidade
Lumière Lyon II, na tese de doutorado em Letras – estudos literários
– apresentada na Universidade Federal do Paraná (UFPR), em 2016.
Lúcia Granja (UNESP)
Titre:
Sob os olhos do Imperador: Moreira de Azevedo, historiador e
romancista histórico
Résumé
Manuel Duarte Moreira de Azevedo (Itaboraí,
1832 – Rio de Janeiro, 1903) foi romancista, bacharel em Letras pelo
Colégio Pedro II, doutor em medicina, professor do mesmo Colégio
Pedro II e membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro,
entre outras atividades. Autor de diversas obras de conteúdo
histórico (apontamentos, curiosidades, minibiografias de homens do
passado e brasileiros célebres, além de um compêndio de história
antiga), escreveu dois romances anunciados como “romances históricos”
no catálogo do livreiro-editor Baptiste-Louis Garnier: Lourenço de
Mendonça: episódio dos tempos coloniais, publicado no Rio de
Janeiro, em 1868, pela Tipografia Nacional Cotrim e Campos; Os
franceses no Rio de Janeiro: romance histórico, publicado por B. L.
Garnier, em 1870. Esta comunicação apresenta a ficção histórica do
autor como parte de ações pessoais e editoriais de divulgação de um
projeto de modernização cultural brasileira, de cuja história
Moreira de Azevedo foi intérprete oficial.
Notice biographique
Lúcia Granja (UNESP)
Lúcia Granja est professeur de Littérature et Culture Brésiliennes à
l'Université de l'État de São Paulo (l’UNESP, Brésil) et directrice
de thèses. Elle est spécialiste de l'étude de l'histoire de la
maison d'édition des Frères Garnier (surtout de sa filiale
brésilienne), de la relation entre presse et littérature au Dix-
Neuvième siècle et de de l'œuvre de Machado de Assis, le plus
important écrivain brésilien. Elle est chercheuse associée au Centre
d’Histoire Culturelle des Sociétés Contemporaines de l’Université de
Versailles Saint-Quentin-en- Yvelines – UVSQ et au CREPAL (Centre de
Recherches sur les Pays Lusophones), de l’Université Sorbonne
Nouvelle, Paris 3. Entre ses publications, elle souligne :
1. GRANJA, L. Chez Garnier, Paris-Rio (de Homens e de
Livros). In: Suportes e mediadores: a circulação transatlântica
da literatura (1789- 1914). Direction de Lúcia Granja e Tânia de
Luca (à paraître)
2. GRANJA, L. Capítulos de uma revolução: Memórias
póstumas de Brás Cubas. Luso-Brazilian Review, Volume 54,
Number 2, 2017, pp. 29-44.
3.
GRANJA,L.LIMA,L.T.LeitoreseleiturasdeHonorédeBalzacnoBrasil do
século XIX.
Polifonia:
estudos da linguagem, v.23, p.151 - 165, 2017.
4.
GRANJA, L. Um editor no espaço
público: Baptiste-Louis Garnier e a consolidação da coleção em
Literatura Brasileira. Estudos Linguísticos (São Paulo.
1978), v.45, p.1205-1215, 2016.
5.
GRANJA, L. Touradas tropicais:
festa e poder nas crônicas de Machado de Assis. In: Les cahiers
du CREPAL, no 19, p. 17-25.
6.
GRANJA, L. Crossing a century:
printers, booksellers and publishers in nineteenth century Brazil.
In: ABREU, M. e SURIANI, A. C. (Orgs). Connecting people through
books, magazines and theatre - a cultural revolution. Londres,
I. B. Taurus, 2016.
7.
GRANJA,L.Crônica.Chronique.Crónica.In:RevistadaANPOLL,vol.1,
n. 38, 2015, p. 86-100.
8.
GRANJA, Lucia et ANDRIES, Lise e (dirs).
Literaturas e
escritas da imprensa: Brasil-França.
Campinas; São Paulo: Mercado de Letras, 2015.
9.
GRANJA, L. The Brazilian and
the French Bas de Page. In: SURIANI, A. C. e VASCONCELOS, Sandra
(editors). Books and Periodicals in Brazil, 1768-1930: a
Transatlantic Perspective. Londres: Legenda, 2014.
10.
GRANJA, L. Entre homens e
livros: contribuições para a história da livraria Garnier no Brasil.
In: Revista Livro, v. 3, Revista do NELE (Núcleo de Estudos
do Livro e da Edição). São Paulo: Ateliê Editorial, 2013.
GRANJA, L. Rio -
Paris: primórdios da publicação da Literatura Brasileira chez
Garnier. In : Revista Letras (UFSM), 2013.
Luciene Marie Pavanelo (UNESP)
Titre:
Marco Tullio ou O Agente dos Jesuítas, de Alfredo Hogan: os horrores
da Inquisição como crítica ao passado português
Résumé
Escritor quase esquecido nos dias de
hoje, Alfredo Possolo Hogan escreveu alguns sucessos no século XIX,
como A Mão do Finado, continuação de O Conde de Monte Cristo, de
Alexandre Dumas, e Mistérios de Lisboa, uma versão portuguesa de Os
Mistérios de Paris, de Eugène Sue. Sendo um autor pouco estudado, o
restante de sua produção permanece desconhecido. Publicado em 1853,
Marco Tullio ou O Agente dos Jesuítas: romance histórico (1568-1600)
é uma obra que merece ser resgatada e investigada com cuidado, pois
se aproveita do mito sebastianista com o intuito de trazer um olhar
crítico ao passado português, sobretudo aos horrores da Inquisição,
afastando-se do ponto de vista dos romancistas históricos
saudosistas, em voga na sua época.
Notice biographique
Luciene Marie Pavanelo (UNESP)
Luciene Marie Pavanelo é
Professora da Universidade Estadual Paulista (UNESP), na área de
Literatura Portuguesa do Instituto de Biociências, Letras e Ciências
Exatas do campus de São José do Rio Preto, São Paulo, Brasil, e
docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Letras da UNESP.
Doutora em Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa
pela Universidade de São Paulo (USP), Mestre em Literatura
Portuguesa pela mesma universidade e Bacharel e Licenciada em Letras
também pela USP, tem trabalhado há 15 anos, desde a iniciação
científica, com o romance português oitocentista. Tem publicado
vários artigos em livros e periódicos, no Brasil e em Portugal, e
recentemente coorganizou três livros: Marginalidades Femininas: a
mulher na literatura e na cultura brasileira e portuguesa (Montes
Claros/MG, Unimontes, 2017), Camilo Castelo Branco e Machado de
Assis em diálogo: para além do romantismo e do realismo (Rio de
Janeiro, 7Letras, 2016) e Diálogos Possíveis: Camilo Castelo Branco,
Machado de Assis e a literatura do século XIX (Rio de Janeiro,
7Letras, 2016). Tem coorganizado diversos congressos internacionais
em parceria com universidades portuguesas, francesas, italianas e
norte-americanas, além de outras universidades brasileiras, entre
eles a primeira edição do Congresso Internacional O Romance
Histórico em Língua Portuguesa: repensando o século XIX, realizado
em 2017 na USP e na UNESP. Foi membro da Diretoria Executiva da
gestão 2016-2017 da Associação Brasileira de Professores de
Literatura Portuguesa (ABRAPLIP) e atualmente faz parte do seu
Conselho Deliberativo e Fiscal. No momento, orienta alunos de
iniciação científica e mestrado em trabalhos sobre a narrativa
oitocentista em Portugal, e tem se dedicado à pesquisa sobre o
romance histórico português do século XIX.
Luís Bueno (UFPR / CNPq)
Titre:
Ora, a história...”: uma leitura de Padre Belchior de Pontes,
de Júlio Ribeiro
Résumé
Publicado em dois volumes em 1877 e
1878, Padre Belchior de Pontes se define como “romance histórico
original”. O crítico José Veríssimo recusa-lhe a caracterização,
afirmando em sua História da literatura Brasileira (1916) que “nada
no livro nos dá a ilusão da época e do meio romanceados”. A relação
entre ficção e história no romance é mesmo bastante intrincada e é
natural que um crítico do século XIX a estranhasse. Neste trabalho,
procuraremos discutir essa relação a partir de dois pólos. O
primeiro, é a consideração das fontes a que Júlio Ribeiro recorreu,
como A vida do venerável Belchior de Pontes, do Padre Manuel da
Fonseca, e a Nobiliarquia Paulistana, de Pedro Taques de Almeida
Paes Leme. O segundo, e mais importante, é a análise da postura do
narrador: sua preocupação central com o presente e sua visão da
história.
Notice biographique
Luís Bueno (UFPR / CNPq)
Luís Bueno é professor
da Universidade Federal do Paraná (UFPR, Curitiba, Brasil) desde
1996. Doutorou-se em Teoria e História Literáriua pela Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp) em 2001. Fez pós doutorado na
Universidade de Lisboa (2007-2008) e no King's College London
(2014/2015). Foi professor visitante na Universidade de Leipzig em
2006 e 2007 e na Unicamp em 2017. Publicou, além de vários capítulos
de livros e artigos em periódicos acadêmicos, livros como O hábito
da perfeição – Poemas de Gerard Manley Hopkins (São Paulo: Edições
Jabuticaba, 2018), Capas de Santa Rosa (São Paulo: SESC/Ateliê), Uma
história do romance de 30 (São Paulo: Edusp/ Campinas: Editora
Unicamp, 2 ed., 2015). Dentre os livros que organizou contam-se
Ética e estética nos estudos literários (Curitiba: Editora UFPR,
2013, com Marilene Weinhardt et alii), A tradição literária
brasileira entre a periferia e o centro (Chapecó: Argos, 2013, com
Germana Sales e Valéria Augusti), Confederação dos Tamoios: Edição
facsimilar seguida da polêmica (Curitiba: Editora UFPR, 2007, com
Maria Eunice Moreira) e Remorso: Ficção dispersa de Newton Sampaio
(Curitiba: Imprensa Oficial, 2002).
Maria Cristina Batalha (UERJ / CAPES)
Titre:
A História e as vozes do além em O segredo da morta, de
António de Assis Júnior
Résumé
Este trabalho tem por objetivo
discutir a relevância do "romance de costumes" O Segredo da Morta,
de António de Assis Júnior, surgido inicialmente em folhetim, no
jornal A Vanguarda, em 1929, e posteriormente publicado em forma de
livro pela editora A Lusitânia, em 1934. Formado na tradição do
jornalismo, única forma possível de inserção do intelectual na
Angola colonial, António de Assis Júnior é considerado pela crítica
como o iniciador do romance nesse país. Trazendo como título uma
ambiguidade desconsertante, O segredo da morta, (romance de costumes
angolenses), deixa que a descrição dos costumes e das mazelas da
sociedade colonial seja tomada progressivamente pela palavra
literária e pela imaginação que ficcionaliza a realidade ao seu
redor. O elemento que introduz a fantasia é a presença do
sobrenatural, responsável por mesclar os dois mundos, combinando a
preocupação com a historicidade e a fábula imaginativa que ilustra
e, ao mesmo tempo questiona a vocação documental. A presença da
marabilia no universo apresentado como real introduz uma fissura na
realidade, diluindo as fronteiras entre a História e a lenda, e
problematiza o discurso racionalista normalmente acionado para a
composição do chamado “romance histórico". A voz do além ganha,
assim, a dimensão daquilo que podemos nomear de realismo maravilhoso,
ou realismo animista, particularidade da ficção africana, conforme
nos sugere Pepetela, em Lueji (1989).
Notice biographique
Maria Cristina Batalha (UERJ / CAPES)
Doutora em Literatura Comparada pela Universidade Federal Fluminense
desde janeiro/2003.
Professora na Universidade do Estado do Rio de Janeiro na Graduação
e na Pós-Graduação.
Pesquisadora do CNPq (Centro Nacional de Pesquisa).
Membro associada do CREPAL (Centre de Recherche sur les Pays
Lusophones), da Université Sorbonne-Nouvelle, Paris 3, onde efetuou
dois estágios de Pós-Doutoramento em 2007 e 2015.
Bolsista do Programa Prociência (FAPERJ/UERJ).
Projeto atual : “Escritores ‘menores’: seu legado e contribuição
para o arquivo literário”, vinculado ao Grupo de Pesquisa “Nós do
insólito : vertentes da ficção, da teoria e da crítica”, do CNPq ;
filiada à ANPOLL, como membro do Grupo de Pesquisa “Vertentes do
insólito ficcional”.
Autora de O fantástico brasileiro : contos esquecidos (2011) e
Nelson Rodrigues : persona (2013) e Páginas perversas: narrativas
brasileiras esquecidas (2017).
Organizadora das obras coletivas : Literaturas em diálogo: o Brasil
e outras literaturas (2014) ; (Re) Visões do Fantástico: do centro
às margens; caminhos cruzados (2014) ; Murilo Rubião, 20 anos depois
de sua morte (2013) ; Vertentes teóricas e ficcionais do insólito
(2012) ; Insólito, mitos, lendas, crenças: vampiros e feiticeiras,
suas múltiplas representações literárias (2011).
Artigos publicados em revistas especializadas no Brasil e no
exterior.
Maria do Carmo Cardoso Mendes (Universidade
do Minho)
Titre:
A História e as vozes do além em O segredo da morta, de
António de Assis Júnior
Résumé
As considerações de Agustina Bessa-Luís
sobre a História e o papel do historiador traduzem, com frequência,
algum ceticismo, que a narradora compensa através da ficcionalização
de factos históricos e de biografias de figuras relevantes da
cultura portuguesa.
Todavia, a obra literária de Agustina não ilude um indesmentível
fascínio pela História de Portugal e, em particular, por dois dos
mais relevantes escritores portugueses oitocentistas: Camilo Castelo
Branco e Almeida Garrett.
A comunicação tem assim como propósitos principais: 1) revisitar as
conceções, por vezes dissonantes, que a escritora oferece sobre a
História de Portugal (em considerações plasmadas sobretudo em
Contemplação Carinhosa da Angústia); 2) reconstruir as imagens
históricas e ficcionalizadas de Camilo e de Garrett plasmadas por
Agustina em Camilo – Génio e Figura e Garrett – O Eremita do Chiado;
3) Determinar o contributo de Agustina Bessa-Luís para uma releitura
da História de Portugal, em particular de um estilo epocal que
marcou a sua própria criação literária: o Romantismo.
Notice biographique
Maria do Carmo Cardoso Mendes (Universidade do Minho)
MARIA DO CARMO CARDOSO MENDES é professora e investigadora do
Instituto de Letras e Ciências Humanas da Universidade do Minho. É
vice-presidente do ILCH e presidente do Conselho Pedagógico do mesmo
Instituto.
Especialista em Literatura Comparada e em Literatura Portuguesa
Moderna e Contemporânea, tem publicado ensaios sobre: escritores de
língua portuguesa (Luís de Camões, Padre António Vieira, Camilo
Castelo Branco, Guilherme de Azevedo, Eça de Queirós, Camilo
Pessanha, Aquilino Ribeiro, Almada Negreiros, Miguel Torga, Agustina
Bessa-Luís, Teolinda Gersão, Almeida Faria, Orlanda Amarílis, Rui
Knopfli, Mia Couto, Arménio Vieira e Germano Almeida); mito de Don
Juan; Ecocrítica; Literatura Fantástica e Policial; influências
clássicas na Literatura Portuguesa Contemporânea; Diálogos entre a
Literatura Portuguesa e as Literaturas Hispano-Americanas.
As suas publicações mais recentes são os livros Don Juan(ismo): o
mito (2014), Artes e Ciências em Diálogo (coordenação com Isabel
Ponce de Leão e Sérgio Lira –2015), Idades da Escrita: estudos sobre
a obra de Agustina Bessa-Luís (2016) e Humores e Humor na Obra de
Agustina Bessa-Luís (coordenação com Isabel Ponce de Leão – 2017) e
Ecocriticism 2018. Literature, Arts and Ecological Environment (coedição
com Isabel Ponce de Leão e Sérgio Lira – 2018).
Maria Helena Santana (Univ. de
Coimbra – CLP)
Titre:
Nacionalismo e historicismo em Eça de Queirós (A Ilustre Casa de
Ramires)
Résumé
Numa das suas últimas obras, A Ilustre
Casa de Ramires, Eça de Queirós revisita os lugares-comuns do
romance histórico romântico. No longo período em que concebeu e
escreveu a obra, entre 1891 e 1899, o autor teve tempo de meditar na
sua estrutura – seria um conto, depois uma novela, un petit livre e
finalmente um romance –, mas também no seu conteúdo, ou seja, nos
modos de integrar a História num texto ficcional moderno, quando as
condições de existência do género caducaram. E que Portugal
representar? Com que intenções o evocar no final do século? Com
estas interrogações procuramos ir ao encontro do jogo de espelhos
entre o passado e o presente, entre Ramires e o próprio Eça,
portugueses desencantados.
Notice biographique
Maria Helena Santana (Univ. de Coimbra – CLP)
Maria Helena Santana é Professora Auxiliar da Faculdade de Letras da
Universidade de Coimbra, onde leciona Literatura Portuguesa desde
1991. Obteve o Doutoramento em 2001, na mesma Universidade, com uma
tese intitulada Literatura e Ciência na segunda metade do século
XIX. A narrativa naturalista e pós-naturalista portuguesa. É
Investigadora Principal do Grupo “Património Literário”, no Centro
de Literatura Portuguesa, e membro associado do CREPAL (Sorbonne
Nouvelle).
A sua investigação centra-se nos domínios da Literatura Portuguesa
dos séculos XIX e XX, nas vertentes de crítica literária e história
cultural. Tem-se dedicado, em particular, à narrativa e à cronística
do século XIX, áreas em que incidiram as teses de Mestrado e
Doutoramento, bem como outras publicações. Paralelamente, desenvolve
trabalho de investigação em crítica textual (edição de textos do
século XIX). Integrou a equipa de edição crítica das Obras de Eça de
Queirós dirigida por Carlos Reis, e colabora atualmente na edição
crítica das Obras de Almeida Garrett, dirigida por Ofélia Paiva
Monteiro.
Algumas publicações (livros):
Eça de Queirós, Textos de Imprensa VI, Edição crítica. Lisboa, INCM,
1995.
Almeida Garrett: um romântico, um moderno. Actas do Congresso
Internacional (Org. de Ofélia P. Monteiro e M. H. Santana), 2 vols.,
Lisboa, INCM, 2003.
Almeida Garrett O Arco de Sant’Ana, edição crítica. Lisboa, INCM,
2004.
O Melodrama-I (Org. de José O. Barata, Fernando M. Oliveira, M. H.
Santana). Coimbra, CLP, 2006. Literatura e Ciência na ficção do
século XIX. A narrativa naturalista e pós-naturalista portuguesa.
Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2007. (Premiada pelo P.E.N.
Clube Português).
Fialho de Almeida, Três Cadáveres, posfácio e fixação do texto por
M. Helena Santana, Rio de Janeiro, 7Letras, 2007.
Alexandre Herculano- O Escritor. Antologia (Org. de António Machado
Pires, M. Helena Santana). Lisboa, INCM, 2010.
Uma Coisa na Ordem das Coisas. Estudos para Ofélia Paiva Monteiro (Org.
Carlos Reis, J.A. Bernardes, M. Helena Santana). Coimbra, Imprensa
da Universidade de Coimbra- CLP, 2012.
O Século do Romance. Realismo e Naturalismo na Ficção Oitocentista (Coord.
António A. Lourenço, M. Helena Santana, M. João Simões). Coimbra,
CLP, 2013.
Almeida Garrett Fragmentos Romanescos. Edição crítica de Ofélia P.
Monteiro e M. Helena Santana. Lisboa, INCM, 2015.
Maria Manuela Brito Martins (Universidade
Católica Portuguesa, Porto)
Titre:
O romance histórico O Monge de Cister de Alexandre Herculano:
entre classicismo e inovação
Résumé
Segundo George Lukács deve-se
sobretudo à filosofia de Hegel a base filosófica para uma conceção
da história e sobretudo, para a importância de um modelo histórico
que favorece a compreensão da vida e da existência humana, bem como
assim do seu progresso cultural. O romance histórico surge assim
como consequência imediata e inevitável de uma consciência histórica
que simultaneamente a engrandece e a critica. Produto do seu tempo,
mas com antecedentes na longa e perene literatura ‘clássica’,
encontra novas formas de se expressar e de se fixar. Nasce, então, o
romance histórico nos inícios do século XIX e é um fenómeno que se
propaga a uma escala quase universal. Em Portugal, o escritor que
deu início a este tipo de romance foi Alexandre Herculano
(1810-1877). Figura ímpar da nossa cultura, inaugura a sua atividade
de romancista com a narrativa histórica O Castelo de Faria em 1838.
Em 1848, publica O Monge de Cister, outro romance histórico, cujo
subtítulo, parece reforçar precisamente o caráter ‘histórico’ do
romance quando justapõe: ou a época de D. João I. Em 1867, Camilo
Castelo Branco no seu romance O Senhor do Paço de Ninães invoca
Alexandre Herculano logo no início do romance para poder justificar
as bases históricas da sua narrativa, e talvez ainda mais para
confirmar o trabalho do historiador que foi Alexandre Herculano.
Tendo em conta a importância desta nova categoria literária na nossa
cultura, e em particular, na obra de Alexandre Herculano, o nosso
principal propósito tem em vista avaliar os elementos clássicos do
romance histórico, tendo em mira prolongar a questão levantada por
George Lukács quando levanta o problema de saber porque é que o novo
historicismo na arte produziu ele “o romance histórico e não o drama
histórico?”. É a partir desta questão, que queremos expor em
primeiro lugar o romance de Herculano e de seguida avaliar como se
pode entender esta tensão entre ‘romance histórico’ e ‘drama
histórico’ n’ O Monge de Cister.
Notice biographique
Maria Manuela Brito Martins (Universidade Católica Portuguesa,
Porto)
ALGUMAS PUBLICAÇÕES RECENTES
Livros
-
Tradução do Sermo De paupertate: Beati pauperes spiritu, in
Mediaevalia. Textos e estudos, 27 2008, pp. 9-45. url:
ojs.letras.up.pt/ojs/index.php/ mediaevalia/article/viewFile/1008/2013
- Introdução à Filosofia
Patrístico-Medieval. Porto, Universidade
Católica Editora, 2016 [Manual]
- O Privilégio da Pobreza (1216). Estudo e
reflexão, de Claire Bissonnette.
Tradução, notas, bibliografia e organização, de Maria Manuela Brito
Martins. Porto, Centro de Estudos Franciscanos, 2017 (coleção Textos
Franciscanos).
Artigos e Capítulos de
livros na área de Teoria e crítica literária: Filosofia e Literatura
- “As ressonâncias e as incidências helénicas na poesia de Sophia de
Mello Breyner Andresen” em Palavra, Escuta e Silêncio.
Filosofia, Teologia e Literatura. Coord. Jorge Cunha, Maria Celeste
Natário e Renato Epifânio. Filosofia e Literatura: Palavra, Escuta e
Silêncio. Porto, Universidade Católica Editora, 2014, pp. 263-281.
- A ars poética de Fernando Pessoa à luz da poética aristotélica,
in Revista do Centro de Estudos Portugueses (Belo Horizonte),
v. 15 2015, nº 54, pp. 77-99. [Brasil]
- “A poética filosófica ou a filosofia poética? De Sophia a Jorge de
Sena, in Filosofia e Poesia. Congresso Internacional de Língua
Portuguesa. Org. C. Natário; N. Júdice; P. Mota e R. Epifânio.
Porto, Universidade do Porto. Faculdade de Letras, 2016. url:
ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/14156.pdf
- “As teses centrais de Fidelino de Figueiredo nas suas Histórias da
Literatura, in Fidelino de Figueiredo: Travessias. Estudos de
Filosofia e Literatura”. Org. Rita Aparecida; M. Celeste Natário;
Renato Epifânio; Luísa Malato. Campinas, SP, Fontes Editores,2016,
pp. 365-393.
- “A Simbólica teosófica em «Para a Luz» de Teixeira de Pascoaes”,
in O Céu é apenas
- um disfarce azul do inferno.
Porto, Nuizis Zobop, 2016, pp. 67-70.
- “Ângelo Ribeiro: da nostalgia da Grécia ao Romantismo alemão” in
A «Renascença Portuguesa». Pensamento, memória e Criação.
Coord. A. Braz Teixeira et alii. Porto, Universidade do Porto
Edições, 2017, pp. 295-314.
- “O «Compêndio de Philosophia theorética e Práctica de Francisco
Xavier Rondina S.J: o renascimento da neo-escolástica»”, in De
Portugal a Macau. Filosofia e Literatura no Diálogo das Culturas.
Porto, Universidade do Porto. Faculdade de Letras, 2017, pp.
207-229.
Marilene Weinhardt (UFPR/CNPq)
Titre:
Repensando o romance histórico
Résumé
Reflexão sobre os rumos das teorias
sobre o romance histórico, buscando acompanhar as transformações
sofridas pelo conceito desde a sistematização proposta por Lukács
(1937). Focaliza-se em particular o ensaio “O romance histórico
ainda é possível?”, de Fredric Jameson (2007), e um número do
periódico Le débat (165, maio-ago. 2011) dedicado as relações da
história com a ficção. A tentativa desta abordagem é vislumbrar
patamares conceituais e metodológicos que se mostrem operacionais no
trato de obras contemporâneas ou não, tendo em vista o percurso
realizado tanto pela história como pela teoria literária. A
percepção é de que a leitura dessa modalidade narrativa ganha ao se
levar em consideração orientações dos estudos históricos no século
XX e ao apreender as dimensões do hibridismo que caracteriza a
ficção histórica.
Notice biographique
Marilene Weinhardt (UFPR/CNPq)
Doutora em Letras (USP,1994), professora sênior do Programa da Pós-Graduação
em Letras da Universidade Federal do Paraná (UFPR); pesquisadora do
CNPq (nível 1D). Ex-presidente da ABRALIC (gestão 2009-2011). Líder
do Grupo de Pesquisa (CNPq) “Estudos sobre ficção histórica no
Brasil”. Autora de artigos em periódicos especializados e capítulos
de livros, produção concentrada na ficção histórica. Títulos
publicados: O Suplemento Literário d’O Estado de S. Paulo – 1956-67.
Subsídios para a história da crítica literária no Brasil (Brasília:
INL, 1987); Mesmos crimes, outros discursos? (Curitiba: Editora UFPR,
2000); Ficção histórica e regionalismo. (Curitiba: Editora UFPR,
2004); Ficção histórica: teoria e crítica (Org.) (Ponta Grossa:
Editora UEPG, 2011); Ficções contemporâneas: história e memória (Org.)
(Ponta Grossa: Editora UEPG, 2015).
Mauricio Salles Vasconcelos (USP)
Titre:
O cortejo da História e o corte-romance
Résumé
Com interesse em
investigar a relação entre romance e história, incindindo na
história do romance, a contar da época em que se inscreve o projeto
de Alexandre Herculano, a comunicação colocará foco nas questões do
contemporâneo e das narrativas conceituais. O eixo da análise recai
na figura do bobo – além de outras imagens/personae do universo
romanesco.
Notice biographique
Mauricio Salles Vasconcelos (USP)
Professor Livre-Docente
da área de Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa (USP).
Autor dos romances Disco Dublê (2018); Meu Rádio (Coletivo Animal),
de 2016; Telenovela (2014) e Ela não fuma mais maconha (2011).
Publicou os seguintes livros de poemas: Ar Livre (2018); Caderneta-Maquete
(2016); Ocidentes dum sentimental (uma recriação, editada em 1998,
de “Sentimento dum ocidental”, de Cesário Verde); Sonos curtos
(1992); Tesouro transparente (1985) e Lembrança arranhada (1980).
Escreveu os ensaios Jean-Luc Godard – História(s) da Literatura
(2015); Exterior. Noite – Filosofia/Literatura (2015); Espiral Terra
– Poéticas contemporâneas de língua portuguesa (2013) e Rimbaud da
América e outras iluminações (1980).
Patrícia da Silva Cardoso (UFPR)
Titre:
A transfiguração ficcional de personagens históricos em Camilo
Castelo Branco
Résumé
Nesta comunicação retomarei aspectos
da abordagem sobre o tratamento reservado por Camilo Castelo Branco
à história em sua obra de ficção, a qual apresentei no “I Congresso
Internacional O Romance Histórico em Língua Portuguesa”. Dando
continuidade àquela reflexão, centrada na figura do narrador de O
senhor do paço de Ninães, focalizarei agora a construção de
personagens em O judeu, tendo como ponto de partida a afirmação de
Castelo Branco Chaves, para quem os personagens históricos de Camilo
não o são de fato, sendo antes personagens camilianos.
Notice biographique
Patrícia da Silva Cardoso (UFPR)
Graduou-se em Letras
pela Universidade Estadual de Campinas (1988), onde também fez
Mestrado (1994) e Doutorado (2002), ambos defendidos na área de
Teoria e História Literária. Desde 1997 é professora da Universidade
Federal do Paraná. Foi professora visitante na Universität Leipzig
(2007), na Alemanha, onde ministrou curso sobre as relações entre o
modernismo português e o brasileiro. Como bolsista da Fundação
Calouste Gulbenkian, fez pós-doutorado na Universidade Nova de
Lisboa (2007-2008). Entre fevereiro de 2014 e janeiro de 2015 fez um
segundo pós-doutorado, dessa vez na University of Surrey, Inglaterra,
para o qual recebeu bolsa da CAPES. Em 2016, a pesquisa intitulada
Texto e imagem: a ilustração literária de Poty Lazzarotto,
desenvolvida por Fabrício Nunes, sob sua orientação, ganhou o Prêmio
CAPES de Melhor Tese da área de Letras e Linguística. Coordena,
desde 2012, o mestrado bilateral entre a Universidade Federal do
Paraná e a Universidade de Lyon 2-Lumière. Entre maio de 2015 e maio
de 2017 foi coordenadora do Curso de Pós-graduação em Letras da UFPR.
Foi presidente da Associação Brasileira de Professores de Literatura
Portuguesa no biênio 2016-2017. Sua área de atuação é Letras, com
ênfase na Literatura Portuguesa e nos diálogos entre esta e outras
literaturas, tais como a brasileira, a inglesa e a francesa. Seus
principais interesses são as questões relativas ao conceito de
representação e seus possíveis vínculos com o imaginário construído
pelo discurso ficcional, no âmbito da produção literária e
cinematográfica. A identidade do sujeito e a identidade cultural
destacam-se, ainda, como temas/problemas com que se ocupa em sua
reflexão crítica e em seu trabalho de orientação nos níveis de
mestrado e doutorado.
Paulo Motta Oliveira (USP/CNPq)
Titre:
Armindo e Florisa: quando um árcade se transforma em
romancista
Résumé
Filinto Elísio, conhecido no mundo
cultural de língua portuguesa principalmente como árcade, publicou
em 1803, em Paris, um romance instigante: Verdadeira história dos
sucessos de Armindo e Florisa. Partindo do tema de dois enamorados,
filhos de famílias rivais, já abordado no Romeu e Julieta, ele acaba
por criar uma obra avant la lettre. É um romance original anterior
aos primeiros romances modernos das literaturas de língua portuguesa;
é um romance histórico anterior aos romances históricos de Scott.
Pretendemos, em nossa fala, refletir sobre as peculiaridades deste
romance e apontar relações que podem ser estabelecidas entre ele e a
produção romanesca de Camilo Castelo Branco.
Notice biographique
Paulo Motta Oliveira (USP/CNPq)
Paulo Motta Oliveira é
Professor Titular da Universidade de São Paulo e bolsista do
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.
Defendeu a titularidade em Literatura Portuguesa em 2016.
Ultimamente tem centrado sua pesquisa na ascensão do romance nos
países de língua portuguesa. Coorganizou, entre outros,
Marginalidades Femininas: A mulher na literatura e na cultura
brasileira e portuguesa em 2017 e Genuína fazendeira - os frutíferos
100 anos de Cleonice Berardinelli em 2016.
Pedro Schacht Pereira (The Ohio State
University)
Titre:
A Interpelação da História e da Historiografia num Romance
Trasatlântico: Deus Dará de Alexandra Lucas Coelho
Résumé
No seu terceiro romance, publicado em
2016, a escritora Alexandra Lucas Coelho traz para a literatura
portuguesa uma reflexão pós-colonial que é inédita no seu alcance
artístico e teórico. Representando uma ação passada durante sete
dias da vida de sete personagens (dois dos quais portugueses) na
cidade do Rio de Janeiro, Deus Dará efetivamente questiona não
apenas a identidade nacional portuguesa e os discursos coloniais que
ainda a sustentam, como também põe a nu a relação colonial interna
que ainda configura o quotidiano social e cultural de uma grande
metrópole brasileira. Nesta comunicação irei refletir sobre os
parâmetros que orientam a interpelação quer dos 500 anos de História
que unem e separam o Brasil, Portugal e a África, quer dos
protocolos historiográficos que determinaram a visão que dessa
História tem sido propagada nas culturas de língua portuguesa nos
últimos cem anos. Irei também propor uma chave de leitura que
explique os pontos de contacto e de fuga que esta obra estabelece em
relação à categoria do romance histórico.
Notice biographique
Pedro Schacht Pereira (The Ohio State University)
Pedro Schacht Pereira é Professor Associado de Estudos Portugueses e
Ibéricos na Ohio State University, nos EUA. Licenciou-se em
Filosofia na Universidade de Coimbra, e doutorou-se em Estudos
Portugueses e Brasileiros na Brown University. As suas publicações
incluem o livro Filósofos de Trazer por Casa. Cenários da
Apropriação da Filosofia em Almeida Garrett, Eça de Queirós e
Machado de Assis (Imprensa da Universidade de Coimbra/Annablume,
2014-15), bem como artigos e capítulos de volumes coletivos
dedicados a questões como o orientalismo português dos sécs. XIX e
XX, a obra de Eça de Queirós, e a formação e recorrência do discurso
colonial de feição lusotropicalista.
Atualmente prepara uma monografia sobre o sublime africano em Eça de
Queirós, e outra sobre a representação da temática da escravatura e
abolição na literatura portuguesa do século XIX. Na sua atividade
letiva ao nível da licenciatura cobre as literaturas portuguesa,
brasileira e africana lusófona dos séculos XIX, XX e XXI, e ao nível
da pós-graduação tem oferecido seminários de doutoramento sobre o
Atlântico Negro Português, Eça de Queirós, o Pensamento Ibérico dos
sécs. XIX e XX, etc. Faz parte da equipa que criou, em 2012, o novo
programa inter e transdisciplinar de doutoramento em Estudos do
Mundo de Língua Portuguesa no Ohio State university. Desde 2017 tem
assumido um papel de algum destaque no ativismo público antirracista
em artigos de opinião da imprensa e em debates públicos em Portugal.
Ricardo Nobre (Centro de Estudos
Clássicos da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa)
Titre:
O Legado de Tácito no Romance Histórico Português do Século XIX
Résumé
Pretende-se com a presente comunicação
estudar narrativas portuguesas cuja acção decorre na Roma antiga.
Começar-se-á com uma breve panorâmica sobre as épocas e as
personalidades históricas, que retratam quer a romanização da
Lusitânia (João Aguiar, Mário de Carvalho), quer outras figuras
referenciais (Sousa Monteiro, Seomara da Veiga Ferreira, António
Mega Ferreira); no entanto, têm particular interesse as narrativas
que fazem coincidir a história de Roma com a história do
Cristianismo. Será, por isso, objecto de especial atenção o romance
oitocentista Virgínia ou Roma no Tempo de Nero (do Padre Fernando
Tomás de Brito, 1869), tendo em vista a análise da relação que a
representação de episódios históricos (como o incêndio de Roma ou a
culpabilização dos cristãos) estabelece com as fontes da
historiografia antiga (Suetónio e sobretudo Tácito).
Notice biographique
Ricardo Nobre (Centro de Estudos Clássicos da Faculdade de
Letras da Universidade de Lisboa)
Doutorado em Estudos de Literatura e de Cultura, na Especialidade de
Estudos Portugueses, pela Faculdade de Letras da Universidade de
Lisboa (2014), onde antes fizera a Licenciatura (2005) e o Mestrado
em Estudos Clássicos (2008). Depois de ter colaborado na revisão
científica do Dicionário de Latim-Português da Porto Editora (coord.
António Rodrigues de Almeida), foi bolseiro de Doutoramento da
Fundação para a Ciência e a Tecnologia (2008-2012), Assistente
Convidado na Universidade Aberta (2010-2013), onde leccionou Latim e
Temas da Cultura Clássica, e professor de Literatura Portuguesa e
Cultura Portuguesa Contemporânea do Instituto de Cultura e Língua
Portuguesa da Faculdade de Letras (2015-2017). É desde 2015 docente
de Latim no Instituto Superior de Direito Canónico da Universidade
Católica Portuguesa e investigador de Pós-Doutoramento (SFRH/BPD/115195/2016)
no Centro de Estudos Clássicos da Faculdade de Letras.
Tem publicado estudos sobre literatura portuguesa moderna e
contemporânea e historiografia antiga, centrando-se todavia na sua
área de especialização: a recepção da literatura greco-latina e do
discurso metapoético clássico em Portugal (desde a fundação da
Arcádia Lusitana até à Poesia 61). Colabora com Paula Morão na
edição de Lírica de João Mínimo, integrada no projecto de Edição
Crítica das Obras de Almeida Garrett (coord. Ofélia Paiva Monteiro),
e pertence à Comissão Organizadora dos Colóquios Internacionais A
Literatura Clássica ou os Clássicos na Literatura (2011, 2013, 2015,
2017).
Rosana Apolonia Harmuch (UEPG)
Titre:
Os efeitos da negação: Eça de Queirós e a História na Ficção
Résumé
A peremptória afirmação feita em carta
ao conde de Ficalho (15/6/1885), a respeito da relação entre a
Fantasia e a História, literalmente, “a História será sempre uma
grande Fantasia”, parece não deixar dúvidas quanto à posição de Eça.
Na mesma carta, que se refere à escrita de A relíquia, Eça explicita
que a Jerusalém ali construída é a dele, não a de Jesus nem a dos
historiadores. Trata-se de uma tomada de posição: a senhora do reino
é a imaginação. A clareza de posicionamento, por certo mais aparente
que concreta, não impediu que o autor, em diversos textos, revelasse,
em graus também diversos, que a História era uma subordinada pouco
dada à obediência. Para refletir sobre essa produtiva ambiguidade,
este estudo se debruça sobre algumas das muitas ocasiões ficcionais
em que a História é utilizada por Eça de Queirós como elemento
funcional e até mesmo doutrinário.
Notice biographique
Rosana Apolonia Harmuch (UEPG)
Professora associada, atua no Programa de pós-graduação em Estudos
da Linguagem, da Universidade Estadual de Ponta Grossa, graduada em
Letras Português-Literatura, com mestrado e doutorado concluídos na
Universidade Federal do Paraná. Realizou estágio de pós-doutorado na
USP, em 2017. Atua como pesquisadora da literatura portuguesa, em
especial dedica-se à obra de Eça de Queirós.
Salete de Almeida Cara (USP)
Titre:
Romance histórico e prosa realista: desafios oitocentista e
contemporâneos
Résumé
A proposta deste congresso situa, na
perspectiva do presente, a retomada do romance histórico
oitocentista (em Portugal e no Brasil), ao se referir ao debate
entre Fredric Jameson e Perry Anderson sobre a possibilidade desse
romance hoje. Além disso, leva em conta a dialética entre forma
literária e processo social como medida do que é particular (e comum)
nas narrativas, quando comparadas entre si e com seus modelos
internacionais. A partir dessas sugestões, propõe-se aqui refletir
sobre as relações entre romance histórico e prosa realista e os
desafios postos a um romance originalmente vinculado à afirmação de
identidades nacionais, com senso de progresso.
Notice biographique
Salete de Almeida Cara (USP)
Salete de Almeida Cara é Professora Livre Docente da Universidade de
São Paulo, atuando na Pós Graduação da Área de Estudos Comparados de
Literaturas de Língua Portuguesa (Departamento de Letras Clássicas e
Vernáculas), com Mestrado e Doutorado no Departamento de Teoria
Literária e Literatura Comparada da mesma Universidade. Suas
pesquisas e publicações mais recentes se dão em torno dos seguintes
assuntos: o romance naturalista francês e brasileiro e suas leituras
críticas (oitocentistas e contemporâneas); a prosa do romance
contemporâneo; o pensamento crítico de Antonio Candido de Mello e
Souza. Participa de dois Grupos de Pesquisa vinculados ao CNPq:
desde 2007 ao grupo "Formação do Brasil Moderno: Literatura, Cultura
e Sociedade", sediado na Universidade Federal do Rio de Janeiro, que
congrega pesquisadores de algumas universidades do país e, desde
2016, do grupo "Formas culturais e sociais contemporâneas", da
Universidade de São Paulo.
- Algumas publicações
- Livros e capítulos de livros
- No prelo: "Degradação da experiência", a ser publicado em agosto
de 2018, volume organizado por Maria Augusta Fonseca e Roberto
Schwarz
- "A data histórica do intelectual em crise", in O intelectual e o
espaço publico, org. Izabel Margato e Renato Cordeiro Gomes. Belo
Horizonte: Editora da UFMG, 2015
- Bom Crioulo: desejo, sordidez e literatura em sociedades do
oitocentos", estudo críitico e notas in Bom crioulo, de Adolfo
Caminha. São Paulo: Ateliê Editorial, 2014
- "Desafios para uma literatura comparada", in Literatura Comparada:
teoria, crítica, metodologia, org. Benjamin Abdala Júnior. São
Paulo, Ateliê Editorial, 2014
- "Formação e negatividade", in A formação em perspectiva, org. Luis
Alberto Alves. Rio de Janeiro: Azougue Editorial, 2014
- "A presença do romance em Formação da Literatura Brasileira, in O
Brasil ainda se pensa, org. Alexandre Pilati et alli. Vinhedo:
Editora Horizonte, 2012
- Marx, Zola e a prosa realista. São Paulo: Ateliê Editorial, 2009
- "Um tempo de crise no conto machadiano", in Crônicas da antiga
corte (literatura e memória), org. Marli Fantini.Belo Horizonte:
Editora da UFMG, 2008
- Moderno de nascença (figurações críticas do Brasil), org. Benjamin
Abdala Júnior e Salete de Almeida Cara. São Paulo: Boitempo
Editorial, 2006
- "Esqueletos vivos e argumentos indecorosos", in Moderno de
nascença (figurações críticas do Brasil). São Paulo: boitempo
Editorial, 2006
- "Trânsito de formas: da vida social às crônicas e personagens de
Machado de Assis", in Figuras de ficção, org. Carlos Reis. Coimbra:
Imprensa de Coimbra Ltda., 2006
- Artigos em revistas especializadas
- "As armadilhas do contra", in Revista Cerrados (Universidade de
Brasilia, UNB), 2017
- "Lição de coisas: ruínas modernas e romance naturalista brasileiro",
in Revista Soletras (Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ),
2015
- "Luzia-Homem: um romance naturalista, Revista O Eixo e a Roda (Universidade
Federal de Minas Gerais, UFMG), 2013
- "Algumas lições de Formação da Literatura Brasileira", in Revista
O Eixo e a Roda (UFMG), 2011
- "Naturalismo, melodrama e midia", in Revista Via Atlântica (Universidade
de São Paulo, USP), 2011
- "O escritor e o crítico (lições de mediação)", in Revista
Brasileira de Literatura Comparada, 2011
- "A reflexão literária e política como acumulação", in Revista
Literatura e Sociedade (USP), 2011
- "Realismo e perda da realidade: o naturalismo de Émile Zola', in
Revista Literatura e Sociedade (USP), 2010
- "Le naturalisme et les impasses de la modernisatiom", in Revista
Excavatio (Universidade de Montrél), 2006
- "O ensaio", in Revista da Biblioteca Mário de Andrade, 2006
- "Uma intelectual chamada Gilda", in Revista da Fundação de Amparo
à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), 2006.
Sandra Maria Fonseca Leandro (Universidade
de Évora)
Titre:
Imagens para um romance histórico: identidade nacional em fantasias
bi e tridimensionais – Parte II
Résumé
Daremos continuidade ao trabalho que
foi apresentado no I Congresso Internacional: O Romance Histórico em
Língua Portuguesa: repensando o século XIX, considerando
especialmente a difusão das ideias pela imagem. No momento em que a
ficção gráfica, pictórica ou escultórica se encontrou com o romance
histórico e com a demanda que se pretendia mobilizadora da
identidade nacional, que estórias contaram as imagens? Que
representações plásticas foram criadas para esse género literário em
Portugal desde o Romantismo? O que fez a gravura e a ilustração pela
popularização do romance histórico? Que pintores e escultores se
dedicaram ao tema? Que obras captivaram a atenção do público em
Oitocentos e em perspectiva comparada? Continuarão a ser algumas
interrogações a que tentaremos dar resposta.
Notice biographique
Sandra Maria Fonseca Leandro (Universidade de Évora)
Historiadora de Arte, doutorada pela Universidade Nova de Lisboa com
a tese Joaquim de Vasconcelos (1849-1936) Historiador, Crítico de
Arte e Museólogo (2009), licenciada e mestre, pela mesma
Universidade, com a dissertação Teoria e Crítica de Arte em Portugal
(1871-1900) (1999). Frequentou durante dois anos a ESBAL
(1989-1991). Professora Auxiliar na Universidade de Évora, tem-se
dedicado especialmente ao estudo da Pintura, Desenho Humorístico,
Teoria e Crítica de Arte, Museologia, Mulheres Artistas em Portugal,
Escultura e Fotografia. Investigadora integrada do Instituto de
História da Arte da Universidade Nova de Lisboa e colaboradora de
Faces de Eva. Dos diversos trabalhos publicados refiram-se: «Ver num
instante: um, meio e multidão». In Joshua Benoliel 1873-1932
repórter fotográfico. Lisboa: Câmara Municipal de Lisboa, 2005; «O
mito do recriador: Luciano Freire e os trabalhos de conservação e
restauro da “Pintura Antiga”»; «Invisíveis e intangíveis nos Estudos
de Arte: João Couto e o Laboratório Científico». In 40 anos do
Instituto José de Figueiredo. Lisboa: IPCR, [2007]. Coordenou o
livro Seminários de Estudos de Arte: Estados da Forma I. Évora:
Edições Eu é que Sei!; CHAIA, 2007; «Luz sobre Luz: José Malhoa
(1855-1933)», «Ligth on ligth: José Malhoa (1855-1933)». In José
Malhoa. Milano; Lisboa: Franco Maria Ricci; Arting Editores, 2008; «Como
Leoas: as Senhoras Artistas do Grupo do Leão». In Falar de Mulheres:
História e historiografia. Lisboa: Livros Horizonte, 2008; «Confirmar
a tragédia: Soares dos Reis, Desterrado e «tudo»…»; «Para que serve
o juízo? Crítica, critério, críticos e artistas no final do século
XIX». In Arte portuguesa do século XIX: 1850-1910. Lisboa: Museu do
Chiado – MNAC, 2010; «O Leão Negro». In Columbano. Lisboa: Museu do
Chiado-MNAC, 2010; em parceria com Luís Borges da Gama - A duas mãos:
desenhos inéditos Manuel Henrique Pinto | José Malhoa. Figueiró dos
Vinhos: MFV, 2012; em co-coordenação com Raquel Henriques da Silva –
Mulheres pintoras em Portugal: de Josefa d’Óbidos a Paula Rego.
Lisboa: Esfera do Caos, 2013. Foi atribuído o Prémio Grémio
Literário 2014, ao seu livro Joaquim de Vasconcelos: historiador,
crítico de arte e museólogo – uma ópera. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa
da Moeda, 2014. Publicou em co-coordenação com Raquel Henriques da
Silva – Mulheres Escultoras em Portugal. Lisboa: Caleidoscópio,
2016. Comissária de exposições entre as quais Lino António
(1898-1974), Leiria, (1998–1999), Redes sem mar, Luxemburgo (2010),
Museu Infinito, Lisboa (2016), Mão inteligente: Raquel Roque Gameiro
(1889-1970) – ilustração e aguarela, (2017-2018), Nós e os outros,
Leiria (2018-2019).
Sérgio Paulo Guimarães de Sousa (Universidade
do Minho)
Titre:
As histórias à margem da História. Sobre A Conjura, de José
Eduardo Agualusa
Résumé
José Eduardo Agualusa n’A Conjura
(1989) define as linhas mestras pelas quais orientará a sua ficção
romanesca de cariz histórico: expor aqueles episódios esquecidos
pelo curso majestático da História, sem os quais, todavia, esta
dificilmente existiria enquanto tal. Procuraremos recensear e
refletir em torno de alguns desses episódios neste primeiro romance
do escritor.
Notice biographique
Sérgio Paulo Guimarães de Sousa (Universidade do Minho)
Sérgio Paulo Guimarães de Sousa, doutorado em Literatura Portuguesa,
com uma tese intitulada «Entre-Dois. Desejo e Antigo Regime na
Ficção Camiliana», defendida em 2006, é Professor de Literatura
Portuguesa na Universidade do Minho (Portugal).
É investigador no CEHUM (Centro de Estudos Humanísticos da
Universidade do Minho).
Lecionou cursos e seminários em diversas universidades estrangeiras
(Universidade de São Paulo, universidade de Nanterre La Défense,
Universidade de Trieste, Universidade de Copenhaga, Universidade de
Bucareste), foi Professor convidado na Universidade Blaise Pascal
(Clermont Ferrand) e FLAD/Michael Teague Visiting Associate
Professor na Brown University; e ainda Professor Visitante na
University of Massachusetts Dartmouth, titular da Cátedra “Hélio and
Amélia Pedroso/Luso-American Endowed Chair in Portuguese Studies”.
Para além de diversos artigos em revistas da especialidade (cerca de
uma centena) e de participar em vários colóquios e congressos,
publicou os livros Matéria de Leituras. Recepção, Hermenêutica,
Cinema (Cadernos do Povo – Ensaio, 2000), Teoria Breve da Literatura
Infantil (Cadernos do Povo – Ensaio, 2000), Relações Intersemióticas
entre o Cinema e a Literatura (Centro de Estudos Humanísticos da
Univ. do Minho/Húmus, 2001) e Literatura & Cinema (Angellus Novus,
2003); Quem Sou Eu? Ensaios sobre António Lobo Antunes (Texto
Editora, 2015); e é coautor ou coorganizador das obras Ensaios
Garrettianos (Cadernos do Povo – Ensaio, 2001), Crimes (Eco)lógicos.
Natureza e Cultura nos Policiais de Tony Hillerman (Ausência, 2003),
Dicionário da Obra de António Lobo Antunes (IN-CM, 2008),
Transversalidades: Literatura/Cinema/Viagens (Centro de Estudos
Humanísticos da Univ. do Minho/Húmus, 2009), Leituras do Desejo em
Camilo Castelo Branco (Centro de Estudos Humanísticos da Univ. do
Minho/Húmus, 2010), Estética e Ética em Sá de Miranda (Opera Omnia,
2011), As Novas Tecnologias e a Literatura Infantil e Juvenil –
cenários e desafios (2012); Atas do Simpósio Internacional
“Microcontos e outras microformas” (Centro de Estudos Humanísticos
da Univ. do Minho/Húmus, 2012); Figuras do Herói. Literatura, Cinema,
Banda Desenhada (Centro de Estudos Humanísticos da Univ. do Minho/Húmus,
2013); O Imaginário das Viagens. Literatura, Cinema, Banda Desenhada
(Centro de Estudos Humanísticos da Univ. do Minho/Húmus, 2014);
Representações do Feminino em Camilo Castelo Branco (Centro de
Estudos Camilianos, 2014); Mutações do Conto nas Sociedades
Contemporâneas (Centro de Estudos Humanísticos da Univ. do Minho/Húmus
2014); Figuras do Idiota. Literatura, Cinema, Banda Desenhada
(Centro de Estudos Humanísticos da Univ. do Minho/Húmus, 2015);
Figuras do Animal. Literatura, Cinema, Banda Desenhada (Centro de
Estudos Humanísticos da Univ. do Minho/Húmus, 2017).
É ainda responsável pela fixação de texto de diversas narrativas
camilianas: Livro de Consolação (2006), Livro Negro de Padre Dinis
(2007), História de uma Porta (2009), Memórias do Cárcere (2011),
entre outras.
Em 1997 foi-lhe atribuído o Prémio Júlio Brandão na categoria de
Ensaio.
Teresa Cristina Cerdeira (UFRJ)
Titre:
Da Batalha a Mafra: da fundação ao seu avesso
Résumé
Literatura e história ganham no século
XIX um espaço de diálogo fecundo. Ambas as narrativas pretendiam,
então, guardar ainda a sua própria identidade genológica: a história,
com o desejo de se impor como ciência, através do poder de “ir às
fontes” como garantia de um discurso da verdade; ao lado da
literatura, que expandia o seu fascínio pela narrativa através do
romance, gênero que definitivamente se impõe como marca da burguesia
triunfante. O fato é que, contudo, um evidente fascínio as aproxima
: a história, sem poder calar a sua necessária subordinação às artes
da narração (veja-se, em Portugal, Oliveira Martins, ou, em França
Michelet); a literatura descobrindo, no subgênero do romance
histórico, o gosto da recuperação idealizada do passado como espaço-tempo
de fundação de países cujas fronteiras iam definindo, então, os
diversos estados nacionais.
Nesse lugar da fundação do reino,
recupero a novela “A Abóbada”, de Alexandre Herculano, como
exercício seletivo do conceito de nacionalidade, através evocação da
construção do Mosteiro de Santa Maria da Vitória, mais comumente
conhecido como Mosteiro da Batalha, erigido com o objetivo de
escrever em mármore a glória da Dinastia de Avis, contraponto ideal
– no Romantismo – do exercício literário que Fernão Lopes tão bem
traduzira na crônica de legitimação de D. João I.
Em Portugal, o último quartel do
século XX permite um saudável encontro advindo de uma nova reflexão
sobre a historiografia (pense-se na Nouvelle Histoire, ela própria
herdeira da École des Annales); da recuperação – no que tange à
escrita do romance – de um certo gosto de narrar, que ficara
profundamente abalado, desde os anos 50, pelo último grande “evento”
literário do Ocidente, o nouveau roman; e de um evento histórico
absolutamente idiossincrático – o 25 de abril de 1974, que ficou
conhecido como a Revolução dos Cravos – e que, em termos nacionais –
sem medo da comparação – equivalia à dimensão histórica da Revolução
Francesa, capaz que fora de recompor a cartografia do país retornado
então às suas fronteiras continentais. Essa conjugação feliz
permitiu o florescimento de um novo modelo de narrativa histórica,
como se o país necessitasse de uma re-fundação de que a literatura
seria o elo chave.
Contudo, essa revisitação de um modelo
do passado já não se faria nos moldes que o Romantismo oferecera a
Herculano. É antes no viés da ironia, que desconcerta os discursos
hegemônicos, que essa travessia se fará. E para estabelecer um
recorte simbólico entre duas gigantescas construções nacionais,
elejo, como a outra face da moeda, o Memorial do Convento, de José
Saramago, pelo simples desejo de contrapor à monumentalidade
santificadora com que Herculano pretende ler a construção do
Mosteiro da Batalha, a cuidadosa desmonumentalização do poder que
substitui a comemoração gloriosa de uma batalha pelo arbítrio da
aliança entre Igreja e do Estado, via de acesso do narrador à
história do Convento de Mafra, no reinado de D. João V.
Notice biographique
Teresa Cristina Cerdeira (UFRJ)
Teresa Cristina Cerdeira é professora titular de Literatura
Portuguesa da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e
pesquisadora 1B do CNPq. É autora dos livros: José Saramago. Entre a
História e a Ficção, uma saga de portugueses (Lisboa, Dom Quixote,
1989); O Avesso do bordado (Lisboa, Caminho, 2000); A Tela da Dama
(Lisboa, Presença, 2013); A Mão que escreve (Rio de Janeiro, Casa da
Palavra/Leya, 2014); organizadora do livro de ensaios Helder Macedo
- A Experiência das fronteiras (Niterói, EdUFF, 2002); e co-organizadora
dos volumes comemorativos: Cleonice, clara em sua geração (Rio de
Janeiro, EdUFRJ, 1985) e A Primavera toda para ti – homenagem a
Helder Macedo (Lisboa, Presença, 2004).
|